Lá ao longe, a avenida a caminho de casa. A avenida de Salamanca.
Aqui no meu canto, presente e ausente à tanto tempo.
Mais um ano começa e os anos vão passando sem quase nos apercebermos.
Fica difícil falar alguma coisa com sentido.
Hoje, ao contrário dos outros dias, a chuva acalmou, parou, veio o sol e a parada na estrada. A carrinha avariou, problema de injecção??? Nem sei.
Parou e ainda bem que não chovia.
Mais um dia.
A "menininha" continua a crescer. Cada dia que passa fica mais difícil fazer viagens, caminhar, comer e dormir.
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domingo, 9 de janeiro de 2011
terça-feira, 16 de novembro de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Ao assinalar os 110 anos do nascimento de Antoine de Saint-Exupéry
Hoje, ao rever um comentário deixado no facebook, pela minha "amiga" Claudia Pinto, aproveitei para lhe responder e ao mesmo tempo relembrar um dos excertos mais bonitos que conheço da obra "O Principezinho" de Antoine de Saint-Exupéry, o qual e segundo o Google, assinala este ano os 110 anos do nascimento do Escritor.
Para que fique difinitivamente assente, neste que se pode resumir a uma parte de mim, o meu caderno de apontamentos, aqui deixo para que vocês o diálogo entre o Principezinho e a Raposa.
Excerto de "O Principezinho"
“E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu educadamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um menino inteiramente igual a cem mil outros meninos.
E eu não tenho necessidade de ti.
E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou à sua ideia:
- A minha vida é monótona. E por isso eu aborreço-me um pouco. Mas se tu me cativas, a minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros fazem-me entrar debaixo da terra. O teu chamar-me-á para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo que é dourado lembrar-me-á de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- Nós só conhecemos bem as coisas que cativamos, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens já não têm amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas"
Antoine de Saint-Exupéry
Para que fique difinitivamente assente, neste que se pode resumir a uma parte de mim, o meu caderno de apontamentos, aqui deixo para que vocês o diálogo entre o Principezinho e a Raposa.
Excerto de "O Principezinho"
“E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu educadamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um menino inteiramente igual a cem mil outros meninos.
E eu não tenho necessidade de ti.
E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou à sua ideia:
- A minha vida é monótona. E por isso eu aborreço-me um pouco. Mas se tu me cativas, a minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros fazem-me entrar debaixo da terra. O teu chamar-me-á para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo que é dourado lembrar-me-á de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- Nós só conhecemos bem as coisas que cativamos, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens já não têm amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas"
Antoine de Saint-Exupéry
segunda-feira, 28 de junho de 2010
A minha primeira leitura de Susanna Tamaro
A primeira vez que peguei o seu livro, "vai aonde te leva o coração", estava incrédula se dali saíria uma história tão comovente e arrepiente, tão aberta e ao mesmo tempo tão repleta de enigmas, tão sincera e tão comum como aquela que acabei por descobrir.
Aos poucos e cada vez com maior voracidade fui descobrindo, adivinhando um turbilhão de emoções dentro de uma história tão cheia de peripécias cada vez mais fascinantes.
Nada do que li me causou estranhesa ou surpresa até porque aprendi que por mais que tentemos "ler" o que vai dentro das pessoas nos perdemos.
Esse contar da história de uma vida, essa explicação ao pormenor...deixou-me absorta de tão bem contada.
Creio que a primeira pergunta que me fizeram sobre qual teria sido a citação favorita eu prontamente respondi, não que não apreciasse a última página daquele livro, mas respondi que tinha sido a que se referia aos "mocassins". Não sei bem ao certo explicar o porquê mas acho que algo me dizia que se eu queria ou pretendia entender aquelas três vidas entrelaçadas em outras tantas teria que perceber exactamente o significado das palavras que, aqui e agora, escolho para partilhar com vocês.
Se eu própria não me conheço nem me consigo decifrar em absoluto porque haveria eu de alguma vez dizer ao outro (a qualquer um de vocês) que entendo as vossas vidas ou que sei como é estar no vosso lugar.
Não me iludo a esse ponto, desconheço totalmente o "ser humano". Sou incapaz de me colocar no lugar de quem quer que seja até porque não sou hipócrita.
"«Antes de julgares uma pessoa, caminha durante três luas com os seus mocassins. (...) Vistas de fora, há muitas vidas que parecem falhadas, irracionais, loucas. Enquanto se está de fora, é fácil compreender mal as pessoas, as suas relações. Só de dentro, só caminhando durante três luas com os seus mocassins é que se pode compreender as motivações, os sentimentos, aquilo que faz agir uma pessoa de uma forma e não de outra. A compreensão nasce da humildade, não do orgulho do saber."
Susanna Tamaro in "Vai Aonde Te Leva o Coração" ;)
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Morreu José Saramago.
Cheguei a casa.
Era 1 h da tarde deste dia 18 de Junho de 2010.
Liguei o televisor e a primeira coisa que escutei assim que olhei foi sobre a morte de um homem conhecido de todos nós: escritor, prémio Nóbel, Português que vivia em Lanzarote nas ilhas Canárias e casado com Pilar del Rio.
Bem, sobre o que li dos livros que escreveu tenho uma opinião reduta, foram poucos... um dos cadernos de Lanzarote - deste posso dizer que gostei; começei a ler Levantado do Chão mas nem ao meio cheguei e por último A Viagem do Elefante, uma história interessante até certo ponto mas que acabou por se tornar monótona, acho que não a terminei. Quanto ao Memorial do Convento, tenho pena, já o tive muitas vezes nas mãos mas faltou-me a coragem e a vontade de o ler apesar de o saber uma quase obrigação, bem, sem comentários.
Que se pode dizer de um homem que morre e que deixa tanto? Pouco ou nada, aparte a riqueza cultural é um homem como outros, que me merece a mesma atenção e respeito que qualquer outro ser humano. Um dia todos nós partiremos como ele partiu.
Era 1 h da tarde deste dia 18 de Junho de 2010.
Liguei o televisor e a primeira coisa que escutei assim que olhei foi sobre a morte de um homem conhecido de todos nós: escritor, prémio Nóbel, Português que vivia em Lanzarote nas ilhas Canárias e casado com Pilar del Rio.
Bem, sobre o que li dos livros que escreveu tenho uma opinião reduta, foram poucos... um dos cadernos de Lanzarote - deste posso dizer que gostei; começei a ler Levantado do Chão mas nem ao meio cheguei e por último A Viagem do Elefante, uma história interessante até certo ponto mas que acabou por se tornar monótona, acho que não a terminei. Quanto ao Memorial do Convento, tenho pena, já o tive muitas vezes nas mãos mas faltou-me a coragem e a vontade de o ler apesar de o saber uma quase obrigação, bem, sem comentários.
Que se pode dizer de um homem que morre e que deixa tanto? Pouco ou nada, aparte a riqueza cultural é um homem como outros, que me merece a mesma atenção e respeito que qualquer outro ser humano. Um dia todos nós partiremos como ele partiu.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Pergunto ao vento que passa
Assim, agora 20:45, de um dia 15 de Junho de 2010, aqui e na rede, meia perdida e meia absorta, depois de um dia cheio e um pouquinho feliz deixo para lembrança um pouco do que aqui vou encontrando, após todas as "buscas" feitas: uma parte de um poema de Manuel Alegre:
"E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não."
E mais um dia está a findar, mais uma memória a registar.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
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